Como em qualquer lugar que se prese também Friães possui uma grande e valiosa história cheia de tradição e magia nas suas lendas e contos antigos pelos mais idosos ainda recordados. Uma aldeia que da qual eu e talvez todos os seus habitantes desconhecesse data, mas que possivelmente remota do século XVI ou XVII com dados que comprovam, desde a capela de Santa Ana no centro da aldeia com mais de 300 anos, como o Livro de São Cipriano (3º Livro-Existia um Livro deste em cada aldeia com contos das Mesmas), o qual se desconhece o seu paradeiro certo mas que se sabe que se encontra ainda na aldeia e que data do século XVII contando Lendas, historias e superstições de Friães.
Talvez ainda mais antiga, não posso afirmar, mas possivelmente, visto que o caminho romano que liga Vila da Ponte a Friães é com toda a certeza anterior a estes séculos.
Bom, 5,10,15 o que é certo é que já são centenas de anos de cultura e tradição que tem passado de geração umas perdendo-se pelo caminho mas outras não, e ainda bem, pois só assim conseguimos apreciar a verdadeira riqueza deste nosso cantinho.
Em tempos, pela altura da construção da barragem do alto rabagão (Pisões) Friães poderia-se considerar uma metrópole daquele tempo juntamente com Pisões (anteriormente também Friães visto que os terrenos foram vendidos para a construção da Barragem à EDP) era relatado, e pudesse confirmar através de fotos e documentos que na época existia mais população em Friães-Pisões que na Cidade de Braga.
Pois com o tempo tudo se foi desmoronando, mas ainda se consegue observar certas estruturas que nos contam muita histórias, como em Pisões os edifícios e as maquinas participantes da construção da barragem ou as casas destruídas pertencentes à EDP e a casa dos estudantes(caritas).Também na zona mais baixa de Friães se vêem vestígios de casas e outras que já não se conseguem ver mas conseguem recordar pela boca dos mais velhos.Uma Cooperativa,um Cinema, uns correios,um Hospital,uma farmácia(mesmo no meio de Friães) são alguns exemplos que estruturas que nos tempos de hoje são impensáveis nesta zona.
Mas já anteriormente à barragem Friães tinha muita história, e era da agricultura que se vivia nesses tempos, são marca disso mesmo as alfaias inoperacionais por "invalidez de velhice" arrumadas nos cantos das casas, as rodas de pau e ferro dos supostos carros de vacas, os canastros (espigueiros) que Friães se orgulha de ter em grande numero muitos em perfeitas condições e ainda em uso como é o caso de uma dessas belas construções que atravessa a estrada principal da aldeia de um lado ao outro, o corgo de moinhos como não há igual no rio de São Martinho, também muitos deles a funcionar, talvez o maior corgo de moinhos da região, mas por muitos até hoje desconhecido.E da farinha se faz o pão e por isso também Friães se orgulha do seu Forno do Povo que se torna único devido à sua construção que invés de telha ou colmo e de lajes mociças, posso afirmar que só tenho conhecimento de outra aldeia no concelho com o mesmo tipo de construção(padronelos se não estou em erro),dizes os mais antigos que lá morreu queimado o "verdinho" um pobre da época que para se abrigar das gélidas noites de inverno se abrigava dentro do forno, mas que por azar nessa noite adormeceu dentro da própria fornalha, bom o resto já sabem. E com agua se apaga o fogo, agua essencial à vida, por isso também em Friães existem diversos fontanários centenários para fornecer agua ao povo e ao gado, tal como poços de rega pra irrigar as terras e assim dar boas colheitas, é o caso do poço do povo junto do eirão.
Entre tantas construções temos ainda um vasto numero de peças antepassadas tais como um relógio de sol no centro da aldeia, vários marcos, cruzes, nichos e alminhas espalhados pela aldeia e com centenas de anos de coisas pra contar. Temos ainda montes de diversidade biológica desde plantas a animais que não puderam ser vistos em mais nenhuma região alem de Tras os Montes. Aquele castanheiro junto ao café do povo (“Café Gonçalves, ou o “Armindo” como é conhecido”.) tem muitas histórias pra contar, ai ainda hoje se juntam nas tardes de verão de domingo pra coscuvilhar, saber as novidades e os contos da aldeia.
Moinhos Nos meados do século 20, a moagem de farinhas, era uma actividade com certa importância para os habitantes de Friães. Nesta aldeia chegou a haver cerca de vinte moinhos instalados ao longo do curso de água do rio São Martinho, estando alguns ainda em actividade.Podem também ser vista ao longo do curso de água as ruínas de vários moinhos. Os moinhos desta região eram de uma construção simples, tinham geralmente apenas uma divisão construída em pedra, e coberta por um telhado. Era esta divisão que servia de local de trabalho e por vezes de residência para o moleiro e sua família. Ao lado do moinho era construído um pequeno curral para servir de alojamento aos animais de carga, essenciais para esta actividade, porque a procura de lugares onde existe-se água durante todo o ano, conduzia geralmente a locais de difícil acesso, onde só era possível chegar a pé ou com animais, através de caminhos íngremes e estreitos.
Um rancho, coisa que já existiu também aqui, coisa do tempo do meu pai em que poucos instrumentos havia, mas que predominava a alegria e a motivação de bem fazer.
“Homem-Ai Zefa quando eu te vi Fiquei tão entontecido Que jurei mesmo ali Que ai ser o teu marido
Mulher- também eu no arraial Ao por os olhos em ti Prendi-me de forma tal Que nunca mais te esqueci
Vira agora,bate o pé oai,vira não digas que não que esta vida são dois dias,ai,dá firmeza ó coração (refrão)
Homem- a gente da nossa terra Diz que te ando a enganar Não te importes rapariga Porque inveja faz falar
Mulher- a gente da nossa aldeia Fala disto e daquiloitro Até diz a boca cheia Que fomos feitos um pro outro”
Estas quadras cantadas e dançadas antigamente são ainda hoje uma espécie de hino do nosso povo.
Em Friães Há um jardim toda a gente diz assim oh que linda a nossa terra E viva Friães e à nossa bandeira e viva Friães e à mocidade solteira E viva Friães e aos seus arredores e viva Friães onde tenho os meus amores bis
Friães aldeia linda
tu fostes berço destas nossas tradições, Que vives na nossa ideia com teu bairrismo conquistas os corações Rosmaninho pelos montes e a beleza do querido torrão natal encostadinhos a barragem, por toda aparte em Friaes se ouve falar, Refrão,: aldeia linda de sonho e luz tu tens vaidade da graça em que ti reluz; aldeia nobre, trabalhadora do rico ao pobre és a mais fiel senhora. Cativao teus horizontes terra linda deste nosso portugal, sonoras cantam as fontes e os seus murmúrios alegrão os corações raparigas e rapazes são alegres cantando sem descansar.
Refrão,: aldeia linda de sonho e luz tu tens vaidade da graça em que ti reluz; aldeia nobre, trabalhadora do rico ao pobre és a mais fiel senhora.
Friaes longe de ti Nao te esquecerei jamais; Se es a terra onde nasci, Onde morreram meus Pais!
Friaes, terra pequena, Nao invejes a grandeza; O que te falta em tamanho Sobra-te em graca e beleza .
A Senhora da Saude Em seu altar, diz assim; Quem nao quer bem a Friaes Tambem nao me quer a mim!
A minha terra tao linda Nao sei que magia tem Que quem la vai uma vez Para sempre lhe quer bem.